Como prevenir o engasgo

Quem nunca sofreu com o medo do engasgo, que atire a primeira pedra. Assim que os pequenos começam a tão esperada introdução alimentar, o engasgo costuma ser o maior receio de pais e cuidadores. Porém, algumas práticas podem ajudar a deixar esse medo longe e o início da alimentação sólida dos bebês ser um momento muito mais tranquilo.

Um estudo realizado nos Estados Unidos e divulgado pela revista científica Pediatrics aponta que, de 2001 a 2009, cerca de 112 mil crianças de 0 a 14 anos passaram por hospitais após engasgar com alimentos – o que resulta em 34 casos por dia. Os bebês com menos de 1 ano representaram 38% dos atendimentos. Entre os principais motivos estão as balas (especialmente as duras), carne e ossos ou espinhas de peixes. Ainda que seja óbvio, as balas não são recomendadas para crianças dessa idade.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças de 1 a 3 anos, são as mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência. Entre os alimentos mais aspirados estão milho, feijão e amendoim. Porém, isso não significa que eles estão vetados na introdução alimentar, mas sim que precisam de alguns cuidados ao serem oferecidos.

Mas, porque os engasgos acontecem?

As crianças pequenas ainda não possuem controle total da mastigação e deglutição de alimentos. Outro ponto importante é que objetos e brinquedos não seguros também podem ser alvo para os pequeninos. Peças muito pequenas ou que se soltam podem ser aspiradas e causar um verdadeiro pânico para os pais. Vale lembrar que a criança explora o mundo através da boca para sentir seu gosto e textura.

Como evitar engasgo na introdução alimentar?

Uma das principais dúvidas para quem está começando a introdução alimentar dos pequenos, é como oferecer os alimentos para diminuir o risco de engasgo. A principal maneira, principalmente para quem  optar pelo método BLW, é prestar atenção nos cortes adequados para que o bebê não corra riscos.

Confira algumas dicas:

– Alimentos pequenos (como ervilha, grão-de-bico, etc) só devem ser ofertados inteiros quando a criança adquirir o movimento de pinça (polegar + indicador).

– Acabe com a distração na hora da refeição. Evite o uso de telas (celular ou TV) durante a refeição para que o bebê não se distraia.

– A criança precisa estar sentada com firmeza. Não alimente a criança em cadeiras de descanso, que são reclinadas, para evitar o risco de engasgo. Também observe os sinais de prontidão de seu filho.

Cada fase do desenvolvimento ou idade do bebê requer cuidados especiais no preparo e apresentação dos alimentos.

Aprenda sobre corte seguro

Engasgos em crianças maiores

A ONG Criança Segura, que atua para salvar crianças e adolescentes de todos os tipos de acidentes, principal causa de morte de meninas e meninos de 1 a 14 anos de idade, oferece dicas que ajudam a prevenir acidentes envolvendo engasgos durante a alimentação de bebês e crianças.

Estimule a calma e tranquilidade na hora da refeição

Até os quatro anos de idade, as crianças ainda estão aprendendo a coordenar os esforços de mastigar e engolir os alimentos. Por isso, é importante que elas estejam calmas e tranquilas ao comerem, de preferência sentadas e que comam devagar.

Oriente as crianças a não falarem ou rirem enquanto estão se alimentando

Rir e falar são ações que mantém as vias aéreas aberta. Então, se houver alimento na boca nesses momentos, ele pode ser aspirado de forma involuntária, causando engasgo.

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Ensine as crianças a mastigarem bem os alimentos

Crianças possuem os dentes menores que os adultos, por isso precisam mastigar melhor os alimentos para triturá-los bem antes de engoli-los.

Peça para que elas sempre comam de boca fechada e para que mastiguem bem os alimentos

Dessa forma elas não irão engolir nenhum pedaço muito grande que pode ficar preso em sua garganta, causando um acidente.

Corte os alimentos em pedaços pequenos e ofereça pequenas porções de cada vez

Além de terem os dentes menores, crianças também possuem as vias aéreas superiores (boca, garganta, esôfago e traqueia) bem menores que as de um adulto. Por isso, para facilitar a mastigação e deglutição das crianças, corte os alimentos em pedaços menores e ofereça-os em porções pequenas. Assim, elas não ficarão com muita comida na boca de uma vez e conseguirão mastigar melhor, evitando acidentes.

Guga comendo goiaba madura, a textura é macia o suficiente para evitar engasgos. Não se preocupe com as sementes.
Guga veste babador manga longa impermeável e munhequeira BLW

Evite oferecer alimentos redondos e duros para as crianças

Evite oferecer para as crianças menores comidas como uvas, tomate cereja, ovo de codorna, cenoura crua cortada em rodelas, salsicha, pipoca, balas, chicletes, amendoim e castanhas. Devido ao seu formato, esses alimentos são facilmente engolidos inteiros de forma acidental e podem acabar ficando presos na garganta das crianças.

Resumindo:

  • Respeite a idade mínima e os sinais de prontidão para iniciar a introdução alimentar.
  • Aprenda sobre os formatos e texturas dos alimentos.
  • Se atente ao ambiente e comportamento durante a alimentação.
  • Aprenda a manobra de desengasgo. Para cada idade, a manobra de Heimlich é aplicada de determinada forma.

Engasgo é um risco em qualquer idade. Saber a manobra de desengasgo e os comportamentos seguros durante a alimentação é uma segurança para toda a vida.

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Escrito por Daniela Foltran

Sou mãe de 3 meninas e 1 coelho. Cresci no sítio e vim sozinha para a selva de pedra. Defendo a amamentação e o fortalecimento dos vínculos. Acredito no desenvolvimento pleno da criança, no valor das oportunidades de experimentar cores, texturas, aromas e sabores. Luto pelo comer e brincar livremente sem sobrecarregar quem cuida, sem aumentar o trabalho e os cestos de roupas sujas. Minha missão? Espalhar autonomia e ajudar com o trato da a bagunça que todo esse aprendizado causa.
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