Psicologia e Introdução alimentar

A introdução alimentar é um turbilhão de sentimentos! Por isso tem tudo a ver com psicologia.

Hoje, a querida psicóloga Márcia Cristina Fernandes, traz uma breve palavrinha para nós sobre o assunto.

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A introdução alimentar ao bebê é uma época que comumente vem acompanhado de inúmeras expectativas, certos receios, muitas dúvidas e alguns medos.

Atualmente existem diversas correntes e alguns manuais que norteiam este período, mas a meu ver este leque de exigências, orientações e “regrinhas” acabam por confundir e angustiar ainda mais as mães.

A hora da alimentação, desde o nascimento de um bebê, é um momento em que a criança recebe cuidados e afeto. E apesar da necessidade de suprir as necessidades orgânicas e, por isso, a responsabilidade em fornecer uma alimentação balanceada e equilibrada conforme as faixas etárias da criança, os adultos não devem deixar de ter em mente que a hora do “papá” é uma oportunidade de trocas e, então, deve estar recheado de amor, carinho e afeto.
Como mãe, sei muito bem o quanto a preocupação com a escolha, o preparo e o sabor das comidas é tão grande, que facilmente acaba nos tomando por completo; mas vamos tentar fazer destes momentos oportunidades para brincar e ensinar também… afinal, não precisa ser tudo tão pesado!

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Muitas mães me perguntam se devemos introduzir os alimentos através da livre demanda, em que oferecemos cada item separadamente e de forma que as crianças pequenas possam pegar à vontade e comer sozinhas ou se a melhor opção são as sopas ou as papas. E eu aconselho, primeiramente a observar as orientações nutricionais fornecidas pelo pediatra/nutricionista, pois cada fase do desenvolvimento demanda uma necessidade calórica e nutricional diferente, e a partir daí, penso que cada família deve encontrar seu eixo, sua maneira de oferecer os alimentos, sem tendências ou correntes; pois cada lar tem suas regras e seus costumes e a alimentação está inserida também no contexto social ao qual este bebê está inserido.

Vale ressaltar que bebês e crianças se alimentam da mesma forma como experimentam o mundo: com todos os sentidos. Então, eles precisam visualizar, sentir o aroma, o paladar e tatear os alimentos para sentir e examinar as diferentes texturas; por isso é que gostam tanto de pegar, puxar, rasgar, amassar e esmagar a comida. Mas esta experimentação toda pode e deve aos poucos se adequar às regras da família.

Respeitando os costumes, a rotina e as crenças familiares, a hora da refeição tende a ser mais leve e prazeirosa para a criança e também para quem oferece. E assim, as refeições em família aos poucos vão se reconfigurando e o prazer de sentar-se juntos à mesa é transmitido à criança.

Lembrem se que os “pequenos” se espelham em nós, adultos e desta forma podemos concluir que a refeição em família pode ser uma ótima oportunidade para que eles aprendam com naturalidade o prazer em provar novos alimentos e também a “comer de tudo”.
publicado originalmente no facebook da aurora, senhora! em 19 de junho de 2017

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Escrito por Daniela Foltran

Sou mãe de 3 meninas e 1 coelho. Cresci no sítio e vim sozinha para a selva de pedra. Defendo a amamentação e o fortalecimento dos vínculos. Acredito no desenvolvimento pleno da criança, no valor das oportunidades de experimentar cores, texturas, aromas e sabores. Luto pelo comer e brincar livremente sem sobrecarregar quem cuida, sem aumentar o trabalho e os cestos de roupas sujas. Minha missão? Espalhar autonomia e ajudar com o trato da a bagunça que todo esse aprendizado causa.
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