Como os bebês desenvolvem a autonomia?

Autonomia infantil vai além de desenvolver os cinco sentidos e habilidades cognitivas que nossa sociedade atual valoriza.

O assunto autonomia já foi tema por aqui, quando conversamos com a psicóloga Mônica Pessanha. Hoje, convidamos a psicóloga Marcia Cristina Fernandes para nos falar mais sobre o desenvolvimento da autonomia infantil.

“Os bebês nascem totalmente dependentes de suas mães e, aos poucos, com os estímulos e as interações diversas, vão acionando potencialidades e adquirindo capacidades que lhes possibilitam a aquisição de um fluxo crescente de autonomia.

É basicamente através da alimentação, do livre brincar e das relações familiares que os pequenos indivíduos experimentam o mundo e, a partir destas vivências, seguem evoluindo e fortalecendo suas aptidões. Assim, é de extrema importância que as crianças possam contar com um ambiente que promova e estimule sua autonomia (claro que de maneira adequada às capacidades de cada faixa etária e salvaguardando sua segurança), pois assim a possiblidade de um pleno desenvolvimento estará garantida.

Inevitavelmente chegará a fase em que a jovem criança se deliciará manuseando, manipulando e experimentando tudo o que possa “melecar”: comida, massinha, terra, argila, tinta e o que mais ela puder buscar. Neste momento, as mães costumam ficar aflitas diante do alto potencial de “sujeira” que esta interação carrega. Muitas mães brincam dizendo que neste período as roupas acabam se multiplicando dentro dos cestos de peças sujas!

Um de nossos clientes fazendo uma deliciosa bagunça. Ele usa o babador manga longa impermeável estampa ovo e munhequeira BLW estampa frutas

Vale lembrar que a “melequeira” é sempre resultado de exploração do ambiente e de si próprio, quando esses pequenos descobridores podem conhecer seu corpo, suas sensações e o mundo que os cerca. Estas descobertas são fontes imensas de aprendizado e prazer! Estamos falando de um período essencial para o desenvolvimento neurológico, motor e emocional das crianças.

Palavra de profissional e mãe

Como mãe, eu sei bem o quanto é complicada a relação roupas limpas x “melecas” x higiene, quando por exemplo nossos pequenos “enfiam” as mãozinhas no prato de comida e espremem, esmagam, esfregam e examinam das mais diversas formas tudo o que está ali e, depois, passam tudo nas roupas; ou quando, já maiorzinhos, pedem para pintar e brincar com tinta e a situação acaba bem parecida. Mas sei também o quanto é tão gostoso notar as descobertas, as sensações, os sentimentos e os aprendizados dos filhos..!

É possível encontrar meios e soluções práticas para que possamos permitir estes momentos às crianças e também não percamos estes instantes de alegria desmedida. Cada família tem a sua realidade, seus limites e suas possibilidades e isso deve ser levado em consideração na hora da permissão para a “meleca” e dos recursos que podem ser utilizados para limitar ou reduzir a “sujeira”. São várias as alternativas para que mamães e familiares possam relaxar e aproveitar junto de seus filhos; como adotar plásticos ou tapetes para cobrir o chão, adotar aventais emborrachados ou de tecidos impermeáveis ou eleger uma ou duas peças de roupas velhas para proteger as roupas, etc.

Essa brincadeira toda pode ser muito mais divertida em família! E querem saber? É muito bom se desprender das preocupações e obrigações adultas e deixar nossas crianças internas brincarem também!!!! ;o)

publicado originalmente no facebook da aurora, senhora! em 3 de julho de 2017

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Escrito por Daniela Foltran

Sou mãe de 3 meninas e 1 coelho. Cresci no sítio e vim sozinha para a selva de pedra. Defendo a amamentação e o fortalecimento dos vínculos. Acredito no desenvolvimento pleno da criança, no valor das oportunidades de experimentar cores, texturas, aromas e sabores. Luto pelo comer e brincar livremente sem sobrecarregar quem cuida, sem aumentar o trabalho e os cestos de roupas sujas. Minha missão? Espalhar autonomia e ajudar com o trato da a bagunça que todo esse aprendizado causa.
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